sábado, 16 de outubro de 2010

CASO ELIZA SAMÚDIO.

Juíza encerra audiência do caso Eliza no Fórum de Contagem, em MG

Último depoimento foi da faxineira do motel onde Bruno teria se hospedado.


Ela disse que encontrou fraldas descartáveis de bebê na suíte.

Alex Araújo Do G1 MG
 
Oito réus assistem a depoimentos nesta sexta-feira (15), no Fórum de Contagem. Bruno é o primeiro do lado esquerdo.Oito réus assistem a depoimentos nesta sexta-feira
(15), no Fórum de Contagem. Bruno é o primeiro do
lado esquerdo. (Foto: Pedro Triginelli/G1 MG).
 
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues encerrou as oitivas de testemunhas do caso Eliza Samudio na tarde desta sexta-feira (15). Três pessoas foram ouvidas no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de BH: um porteiro do condomínio onde fica o sítio do goleiro Bruno; uma amiga da mãe do Wemerson Marques, o Coxinha; e uma faxineira que limpou a suíte do motel Palace, em Contagem, onde Bruno teria se hospedado com Eliza e o filho; Macarrão; o menor e Fernanda Gomes.

A última oitiva do dia foi da faxineira do Motel. A mulher disse que, quando foi arrumar o quarto, encontrou duas ou três fraldas descartáveis de bebê. Ela falou também que ficou muito assustada com o material encontrado e contou o fato a duas colegas de trabalho.

A testemunha começou a pensar que alguém tivesse feito mal para uma criança ali na suíte. Ela então procurou vestígios de sangue nas fraldas, mas não encontrou nada. A juíza perguntou para a diarista se ela sofreu algum tipo de agressão dos delegados de Contagem. A testemunha disse que não, que foi muito bem tratada.

A segunda testemunha desta sexta-feira (15) foi uma amiga da mãe de Wemerson Marques, o Coxinha. A senhora disse que conhece o rapaz desde a infância e que não sabe se ele tem envolvimento de droga. A mulher, que depôs por cinco minutos, diz que Coxinha é uma boa pessoa que estava recebendo seguro-desemprego quando foi preso por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio.

O primeiro a falar foi o porteiro do condomínio do síto do goleiro Bruno, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele falou sobre o controle de entrada das pessoas ao condomínio fechado.

A juíza Marixa Fabiane Lopes marcou a próxima audiência no Fórum de Contagem, onde mais testemunhas serão ouvidas, para o dia 5 de novembro. Os réus devem prestar depoimento nos dias 8, 9 e 10 de novembro.

Pedidos indeferidos
Ao fim da audiência Marixa indeferiu pedidos da defesa dos réus. Fernanda Gomes de Castro não poderá participar de uma audiência no dia 18 de outubro no Rio de Janeiro. Os advogados de defesa também não vão ter acesso aos vídeos com depoimentos de testemunhas. Pois segundo a juíza, o acesso aos vídeos viola a imagem das testemunhas.

Audiências anteriores
Nesta quarta-feira (13), um caseiro do sítio do goleiro, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi o primeiro a responder às questões da juíza. Na sequência, a mulher dele começou a prestar depoimento que foi interrompido.

O Tribunal de Justiça disse, anteriormente, que a juíza iria ouvir quatro delegados da investigação sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, mas, no início da tarde de ontem, Marixa informou que os quatro delegados devem ser ouvidos nesta quinta (14), também no Fórum de Contagem.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, essas audiências estão sendo realizadas para que a juíza Marixa, de Contagem, tome conhecimento de todos os fatos do processo apresentado pelo Ministério Público e decida se os réus serão pronunciados ou não. De acordo com o TJMG, a magistrada pode decidir julgamentos diferentes para os acusados. Dessa forma, se houver uma decisão por um julgamento no Tribunal do Júri, pode ser que nem todos sejam julgados por este tribunal. E os crimes pelos quais os réus são acusados podem sofrer alterações no julgamento. O Tribunal de Justiça explicou que esta fase do processo não tem prazo definido.

Na entrada do fórum de Contagem, o advogado de Bruno, Ércio Quaresma, disse "eu não ameaço, eu faço", em referência à denúncia do Fantástico sobre possíveis ameaças que o defensor estaria fazendo ao goleiro Bruno e a amigos e familiares. A dentista Ingrid Oliveira, noiva do goleiro, disse que defensor orientou Bruno a tentar suicídio na cadeia. “Ele falou que teria sido orientado pelo advogado a cortar os pulsos pra ver se ele conseguiria algum tipo de regalia”, contou.

O delegado Júlio Wilke, que participou das investigações, foi ouvido por mais de 13 horas na sexta-feira (8). Na mesma sessão, o adolescente envolvido no desaparecimento de Eliza Samudio também respondeu às perguntas da juíza Marixa. Em seu depoimento, o menor afirmou que o homem indicado como Bola pelo inquérito, e que está preso, não é o Bola que ele conhece. O adolescente ainda pediu desculpas por apontar o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos como o responsável pela morte de Eliza. O delegado Wilke disse, em seguida, que o menor indicou com detalhes a casa do ex-policial, em Vespasiano, e que o adolescente sabia até como eram os cômodos da casa.

Em Vespasiano, na quinta (7), nove testemunhas de defesa, que conhecem o ex-policial prestaram depoimento à juíza Ana Paula Lobo Pereira de Freitas. Todas foram unânimes ao dizerem que nunca viram o ex-policial Santos ser chamado de Bola.

Em Ribeirão das Neves, na quarta (6), cinco testemunhas foram ouvidas. Na sessão, Bruno passou mal e precisou ser levado à Policlínica da cidade, e depois, para o Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, após desmaiar duas vezes.

Entenda o caso
O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.

O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor.

Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responderá por dois crimes. Bola foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

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