terça-feira, 12 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - O BRASIL VERMELHO.

14.9.10

A política como maior risco I

Não é preciso ser um "cientista político" com vasto cabedal de cultura e informação para perceber a substancial ausência de funcionalidade do sistema político brasileiro. Os avanços econômicos do país nos últimos vinte anos e, acentuadamente nos últimos dez, não foram acompanhados por mudanças equivalentes - para melhor - no sistema político. Os partidos, sejam os de oposição, sejam os governistas, não representam sequer razoavelmente os maiores e melhores anseios da sociedade. Todavia, cumprem o papel de "mediação" dos mais diferentes interesses e, neste campo, exercem barganhas que retardam a modernização do país. Um jogo de interesses corporativos, pessoais e que favorecem a corrupção, o tráfico de influência e a defesa dos piores interesses.

A política como maior risco II

Lula foi um hábil administrador da aliança política que sustenta seu governo e sua popularidade; foi uma espécie de garantia de que não houvesse maiores desequilíbrios entre o Legislativo e Executivo, face o perfil da política descrito na nota acima. Ora, a provável eleição de Dilma em outubro não resistirá ao teste de sua capacidade de administrar tal aliança sustentada por múltiplos e, em muitos casos, duvidosos interesses. É difícil imaginarmos substantivos riscos do lado econômico no curto e médio prazo (um ano à frente). Porém, os riscos políticos são enormes e a contradição entre as ideologias, as ambições em relação ao poder instalado pelos votos, a distribuição vertical e horizontal do poder nos estados e a influência do atual presidente sobre o novo governo, indicam que a tarefa da nova presidente será muito delicada. O risco, em suma, é a - pequena - política contaminar a economia. E isto não é algo que esteja tão visível neste momento em que os agentes econômicos comemoram o excelente desempenho da economia e dos negócios.

A política como risco maior III

Pelas indicações possíveis, a provável futura presidente terá uma maioria da Câmara e no Senado como nunca antes neste país teve outro presidente em nossa história política recente, a não ser o dos ciclos militares, por razões óbvias. E é nisto que estaciona o perigo : nenhum Congresso, em tempos recentes, pelo abandono da política na campanha, será tão fisiológico e tão glutão quanto o que espreita o Palácio do Planalto na curva de 2011. Até com um primeiro-ministro "ad hoc".
 
blog de luzilândia

Nenhum comentário:

Postar um comentário