Apreensão de crack triplica no PR em relação ao início de 2010, diz PRF
No ano passado, 32,4 kg da droga foram interceptados em 45 dias.
Droga passa a ter mais aceitação pelo crime crime organizado, diz major.
Paraná foi estado brasileiro que mais apreendeu maconha em 2010 e o sexto em cocaína; reprodução acima, raio X mostra cápsulas de
cocaína engolidas por um espanhol em Foz do Iguaçu (Foto: Arte RPCTV)
cocaína engolidas por um espanhol em Foz do Iguaçu (Foto: Arte RPCTV)
No ano passado inteiro o montante chegou a 600kg.
A quantidade de apreensão de pasta base, que é a matéria prima do crack e da cocaína, também aumentou. Neste ano já são 29,2 kg contra 3,1 kg no mesmo período de 2010.
De acordo com o diretor da Força Nacional de Segurança, major Alexandre Aragon, o crack passou a ser aceito pelo crime organizado por causa da queda na oferta da pasta base. Com as apreensões, os traficantes viram o crack como alternativa para manter o lucro. “Há três anos, não aceitavam o crack porque o usuário desta droga tem vida curta, cerca de dois anos”, afirmou Aragon.
O Paraná é recordista em apreensão de drogas no Brasil. Os entorpecentes mais traficados no país, de acordo com a Polícia Federal, são maconha e cocaína. Em 2010, foram interceptados 154.235,74 kg de maconha, sendo 80.187,09 kg no Paraná. Com relação ao tráfico de cocaína, o estado paranaense perdeu o posto de campeão para São Paulo. Dados da PF indicam que enquanto o Paraná apreendeu 1.003,71 kg, São Paulo evitou que 8.791,20 kg chegassem aos pontos de tráfico em 2010. Na lista dos estados que mais apreenderam a cocaína, o Paraná aparece em sexto lugar. Depois de São Paulo, o estado que mais intercepta o entorpecente é Mato Grosso.
O chefe de policiamento e fiscalização da PRF/PR, inspetor Gilson Cortiano avalia que o número de apreensão é resultado da integração das instituições de fiscalização e policiamento. Para o major Aragon, o governo federal determinou mais atenção para regiões divisoras. “Levamos 510 anos para voltar os olhos para a fronteira”. É via Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, que chegam 80% a 90% dos entorpecentes interceptados no Paraná. O Paraguai possui grandes áreas de plantação de maconha e, de acordo com o major Aragon, o país é utilizada como um corredor para o tráfico.
Neste início de ano, verificou-se também crescimento no movimento de “mulas”, que são pessoas pagas por traficantes para levar entorpecentes escondidos no estômago para outros países, principalmente a Espanha. No Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, em janeiro, 8 kg de cocaína pura foram encontrados em “mulas”. O delegado chefe da Polícia Federal de Foz do Iguaçu, José Alberto de Freitas Iegas, relatou que existe um perfil desses pequenos traficantes. “Normalmente, são paraguaios, pobres e sem perspectivas de emprego”, diz.
Segundo ele, apesar de as "mulas" levarem pouca quantidade, quando a droga chega na Europa o lucro para o traficante pode chegar a 500%. Para o delegado Iegas, a utilização do aeroporto de Foz na rota do tráfico está ligada a diferentes aspectos e um deles é o crescimento da cidade. "Como a polícia trabalha com amostragem e o movimento do aeroporto está maior, os traficantes decidiram arriscar mais", avaliou Iegas.
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