sábado, 19 de fevereiro de 2011

POLICIAL - DROGAS NO PARANÁ.

Apreensão de crack triplica no PR em relação ao início de 2010, diz PRF

No ano passado, 32,4 kg da droga foram interceptados em 45 dias.
Droga passa a ter mais aceitação pelo crime crime organizado, diz major.

Bibiana Dionísio Do G1 PR
Paraná foi estado brasileiro que mais apreendeu maconha e cocaína em 2010. (Foto: Arte RPCTV)
Paraná foi estado brasileiro que mais apreendeu maconha em 2010 e o sexto em cocaína; reprodução acima, raio X mostra cápsulas de
cocaína engolidas por um espanhol em Foz do Iguaçu (Foto: Arte RPCTV)
 
Nos primeiros 45 dias de 2011, a quantidade de crack apreendida pela Polícia Rodoviária Federal no Paraná foi três vezes maior do que a descoberta no mesmo período do ano passado. De acordo com a PRF, até 15 de fevereiro, 99,8 kg de crack foram impedidos de chegar aos traficantes e usuários. Em 2010, foram 32,4 kg, em 45 dias.

No ano passado inteiro o montante chegou a 600kg.

A quantidade de apreensão de pasta base, que é a matéria prima do crack e da cocaína, também aumentou. Neste ano já são 29,2 kg contra 3,1 kg no mesmo período de 2010.

De acordo com o diretor da Força Nacional de Segurança, major Alexandre Aragon, o crack passou a ser aceito pelo crime organizado por causa da queda na oferta da pasta base. Com as apreensões, os traficantes viram o crack como alternativa para manter o lucro. “Há três anos, não aceitavam o crack porque o usuário desta droga tem vida curta, cerca de dois anos”, afirmou Aragon.

O Paraná é recordista em apreensão de drogas no Brasil. Os entorpecentes mais traficados no país, de acordo com a Polícia Federal, são maconha e cocaína. Em 2010, foram interceptados 154.235,74 kg de maconha, sendo 80.187,09 kg no Paraná. Com relação ao tráfico de cocaína, o estado paranaense perdeu o posto de campeão para São Paulo. Dados da PF indicam que enquanto o Paraná apreendeu 1.003,71 kg, São Paulo evitou que 8.791,20 kg chegassem aos pontos de tráfico em 2010. Na lista dos estados que mais apreenderam a cocaína, o Paraná aparece em sexto lugar. Depois de São Paulo, o estado que mais intercepta o entorpecente é Mato Grosso.

O chefe de policiamento e fiscalização da PRF/PR, inspetor Gilson Cortiano avalia que o número de apreensão é resultado da integração das instituições de fiscalização e policiamento. Para o major Aragon, o governo federal determinou mais atenção para regiões divisoras. “Levamos 510 anos para voltar os olhos para a fronteira”. É via Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, que chegam 80% a 90% dos entorpecentes interceptados no Paraná. O Paraguai possui grandes áreas de plantação de maconha e, de acordo com o major Aragon, o país é utilizada como um corredor para o tráfico.

Neste início de ano, verificou-se também crescimento no movimento de “mulas”, que são pessoas pagas por traficantes para levar entorpecentes escondidos no estômago para outros países, principalmente a Espanha. No Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, em janeiro, 8 kg de cocaína pura foram encontrados em “mulas”. O delegado chefe da Polícia Federal de Foz do Iguaçu, José Alberto de Freitas Iegas, relatou que existe um perfil desses pequenos traficantes. “Normalmente, são paraguaios, pobres e sem perspectivas de emprego”, diz.

Segundo ele, apesar de as "mulas" levarem pouca quantidade, quando a droga chega na Europa o lucro para o traficante pode chegar a 500%. Para o delegado Iegas, a utilização do aeroporto de Foz na rota do tráfico está ligada a diferentes aspectos e um deles é o crescimento da cidade. "Como a polícia trabalha com amostragem e o movimento do aeroporto está maior, os traficantes decidiram arriscar mais", avaliou Iegas.

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