sábado, 4 de dezembro de 2010

POLICIAL - ASSASSINATOS.

Força Nacional diz ter resolvido 9 mortes de moradores de rua em AL.

Maioria dos homicídios estaria ligada a dívidas com traficantes.
Segundo a polícia, vigilante disse que matou para manter área em segurança.

Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
 
Em um mês de trabalho em Alagoas, a Polícia Civil da Força Nacional de Segurança ajudou a solucionar a morte de nove moradores de rua. O grupo, formado por policiais civis de 26 estados, chegou a Alagoas em 4 novembro, com o propósito de ajudar a Polícia Civil estadual a concluir inquéritos de homicídios que estavam sem solução.

O delegado Eraldo José Augusco, chefe da operação, afirmou ao G1 que 15 mortes de moradores de rua foram investigadas pela equipe. “Conseguimos concluir nove inquéritos com indicação de autoria e representamos por 12 mandados de prisão”, afirmou.
Segundo Augusco, um dos 15 inquéritos não era verídico. O delegado teria instaurado o inquérito policial de acordo com informações de um site, mas depois os agentes verificaram que as denúncias não eram reais.
A causa das mortes estaria ligada a conflitos pelo uso de drogas, principalmente o crack, e álcool. “Essas pessoas pegavam a droga com traficantes para revender. Eles poderiam consumir algumas pedras [de crack] como pagamento e teriam de devolver o dinheiro da venda das outras para os traficantes, mas os viciados consumiam tudo e faziam dívidas. A maioria morreu em acertos de contas com os criminosos”, afirmou.
 Um vigilante também foi preso suspeito de matar moradores de rua. Ele era responsável pela segurança de uma área, mas passou a ter o emprego ameaçado depois que usuários de drogas passaram a cometer roubos na rua e furtos de objetos dentro de carros.

“Quando os usuários de drogas começaram a praticar crimes até para manter o vício, esse vigilante percebeu que estava perdendo o controle. Ele confessou que matou cinco vítimas com a justificativa de manter a região dele em segurança. Não encontramos um grupo de extermínio, mas uma pessoa que se posicionava como um exterminador”, disse Augusco.

Nos assassinatos investigados pela Força Nacional de Segurança, segundo o delegado, nenhum teve o envolvimento de policiais civis ou militares.

Por se tratar de moradores de rua, o delegado afirma que a maior dificuldade foi encontrar testemunhas e parentes que pudessem falar das vítimas. “Partimos somente do boletim de ocorrência e do laudo cadavérico. Essas pessoas não tinham endereço fixo e, quando encontrávamos uma possível testemunha, muitas vezes ela não tinha condições de falar.”

Outros inquéritos
Somente no final de setembro é que agentes da Polícia Civil passaram a integrar a Força Nacional de Segurança. O governo de Alagoas foi o primeiro estado a solicitar a ajuda ao Ministério da Justiça. A previsão é de que os homens da Força Nacional de Segurança permaneçam no estado até o dia 23 de dezembro.

Além das investigações relacionadas com a morte dos moradores de rua, a Polícia Civil da Força Nacional concluiu 18 inquéritos relacionados a homicídios. Foi pedida a prisão de 52 pessoas e nove suspeitos foram presos, entre eles estão dois rapazes de 25 anos e 27 anos que teriam confessado, respectivamente, sete e cinco assassinatos.

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