‘Quero uma nova chance’, diz garoto que agrediu jovem com lâmpadas.
Adolescente está internado, suspeito de promover agressões na Av. Paulista.
Justiça deve decidir hoje sobre internação provisória de adolescentes.
Adolescente teria participado de agressões na Avenida Paulista, em novembro (Foto: TV Globo)
“Estou profundamente arrependido. Jamais faria isso de novo”, afirmou o adolescente, que está na Fundação Casa com outros três colegas menores de idade. Todos são suspeitos de pertencer a um grupo de jovens de classe média que atacou e agrediu pedestres na região da Avenida Paulista, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público.
Até a última sexta-feira (3), a investigação havia contabilizado pelo menos seis vítimas – uma delas teria apanhado no início deste ano.
Além dos adolescentes, Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, foi apontado como membro do mesmo grupo. Por esse motivo, ele também foi indiciado por tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Os delegados José Matallo Neto e Renato Felisoni, do 5º Distrito Policial, na Aclimação, chegaram a pedir a prisão preventiva do único maior de idade, mas a Justiça devolveu o inquérito à polícia solicitando mais diligências e informações sobre o suposto envolvimento de Jonathan.
Os menores estão internados por decisão da Justiça da Vara da Infância e Juventude.
“Vejo arrependimento do adolescente. É nítido. Se ele não demonstrasse arrependimento, eu não estaria no caso. Ele está no divisor de águas entre homens e meninos. Acho que ele necessita de mais uma oportunidade. Ele decidiu escolher o caminho do bem. Senti isso. Tenho filho e não defenderia alguém que não demonstrasse arrependimento”, afirmou Gebara.
O estudante de jornalismo Luís Alberto Betonio, de 23 anos, que aparece nas imagens apanhando do adolescente de 16 anos, deu entrevista ao Fantástico no domingo (5). Ele afirmou que teria apanhado porque foi confundido com gay quando caminhava ao lado de mais dois amigos. Por causa dessa informação, a polícia apura se a motivação das agressões foram por homofobia.
“Não teve homofobia”, diz Gebara. O garoto que desferiu os golpes com as lâmpadas não informou no entanto porque bateu no estudante de jornalismo.
Na manhã desta segunda (6), ele e os outros três menores suspeitos das agressões devem se reunir com o juiz da Vara da Infância e Juventude, o promotor do caso, os pais dos garotos e seus advogados. O encontro poderá dar início à audiência para decidir se os meninos continuarão internados para cumprir medidas sócio-educativas ou responderão as acusações em liberdade. Se forem mantidos na Fundação Casa, poderão ser sentenciados a até 3 anos de internação.
Segundo seu defendor, depois do que ocorreu, o menor deixou de frequentar as aulas e ficou bastante deprimido. "Ele [garoto] quer voltar a estudar novamente", disse Gebara.
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