quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

VISITA ILUSITADA.

Obama faz apelo por união em discurso ao Congresso

Durante tradicional discurso do Estado da União, presidente americano anuncia visita ao Brasil em março

iG São Paulo | 26/01/2011 08:11

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo por união para que o país consiga criar empregos e enfrentar os desafios de uma economia global em transformação. O apelo foi feito na noite de terça-feira durante o discurso do Estado da União, tradicional pronunciamento anual do líder americano, no qual Obama também anunciou uma visita ao Brasil em março.

Diante da nova divisão de poder no Congresso, com os republicanos no comando da Câmara dos Representates, Obama pediu que os dois partidos trabalhem juntos. "O que está em jogo não é quem vence as próximas eleições", disse. "Está em jogo se novos empregos e indústrias irão se estabelecer neste país ou em outro lugar."

O presidente disse que a competição gerada pela ascensão de países como a China e a Índia e a exportação de empregos para outros países "mudaram as regras", e que é necessário investir em inovação, infra-estrutura, educação, pesquisa biomédica, tecnologia da informação e energias limpas.

"Este é o momento Sputnik da nossa geração", disse o presidente, ao referir-se ao satélite que os russos colocaram em órbita em 1957, antes dos Estados Unidos. "Dois anos atrás, eu disse que nós precisavamos atingir um nível de pesquisa e desenvolvimento não visto desde o auge da Corrida Espacial."

Economia
O presidente disse que houve avanços após a recessão e que a economia voltou a crescer, mas ainda há muito a fazer. Segundo Obama, para sustentar o "sonho americano" cada geração teve de se sacrificar, lutar e atender às demandas de uma nova era.

"Agora é a nossa vez", afirmou. "Nós temos de fazer da América o melhor lugar do mundo para se fazer negócios. Nós temos que assumir a responsabilidade pelo nosso déficit e reformar o nosso governo."

O presidente afirmou que o país convive com o legado de um déficit que começou há quase uma década e que, durante a recessão, foi necessário adotar medidas para sustentar o crédito e salvar empregos.

"Mas agora que o pior da recessão já passou, temos de confrontar o fato de que nosso governo gasta mais do que arrecada. Isso não é sustentável", disse.

Segundo projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) o déficit fiscal americano deverá ultrapassar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. Obama propôs congelar os gastos domésticos pelos próximos cinco anos, o que reduziria o déficit em mais de US$ 400 bilhões na próxima década.

No entanto, afirmou que investimentos em inovação e educação devem ser preservados. Segundo
Obama, manter a liderança em pesquisa e tecnologia é crucial para o sucesso dos Estados Unidos e, para isso, é necessário investir em educação e em infra-estrutura.

Visita ao Brasil
Durante o discurso, Obama anunciou que irá visitar o Brasil em março, em uma viagem que incluirá Chile e El Salvador. Será sua primeira visita à América do Sul desde que assumiu o governo americano, com o objetivo de "forjar novas alianças para o progresso nas Américas".

Após o discurso, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Mike Hammer, afirmou que Obama espera encontrar a presidenta Dilma Rousseff para "discutir áreas de interesse mútuo que ajudarão a fazer avançar a excelente relação que nós já temos com o governo brasileiro".

"Eessas áreas incluem energia limpa, crescimento global, reconstrução, assistência ao Haiti, esforços de desenvolvimento colaborativo e outras questões de importância global", afirmou o porta-voz.
Apesar das boas relações entre EUA e Brasil, houve momentos de tensão durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os pontos de atrito envolveram a crise provocada pela deposição do ex-líder de Honduras Manuel Zelaya e a aproximação de Lula com o governo do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

A aguardada visita de Obama ao Brasil foi adiada várias vezes. Com a confirmação da agenda do líder americano, a presidente Dilma Rousseff, que já tinha planejada uma visita aos Estados Unidos em março, acabou cancelando a viagem.

Imigração
Durante o discurso de terça-feira, Obama também pediu um esforço para resolver o problema da imigração ilegal nos Estados Unidos, uma de suas promessas de campanha. O país tem hoje cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais.

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