terça-feira, 30 de novembro de 2010

POBRE BRASIL VERMELHO - RIO DE JANEIRO - SAQUES.

'São fatos lamentáveis', diz subchefe após denúncias de abuso policial

Moradores reclamaram de casas saqueadas e destruídas em ocupação.
Rodrigo Oliveira, da Polícia Civil, diz que corregedoria vai apurar fato.

Do G1, com informações do Jornal da Globo
 
 O subchefe de operações da Polícia Civil do Rio, delegado Rodrigo Oliveira, classificou como lamentáveis as reclamações dos moradores de abusos de policiais na ocupação dos conjuntos de favelas da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Alguns moradores das comunidades se queixaram de casas arrombadas e saqueadas, e apontaram como os autores dos crimes policiais civis e militares.

Em entrevista ao Jornal da Globo, desta segunda-feira (29), Rodrigo Oliveira afirmou que “infelizmente, ainda se encontra alguns desvios de conduta e pessoas mal intencionadas dentro das corporações”. Ele ressaltou que as corregedorias da Polícia Civil e da PM vão apurar as denúncias.

“É isso, enfim, são fatos lamentáveis. Foi um trabalho produzido de forma exemplar por mais de quatro mil pessoas. A Força do estado que ali se fez presente gira em torno de quatro mil pessoas, seja na esfera estadual ou federal, mas infelizmente a gente ainda encontra sim alguns desvios de conduta, algumas pessoas mal intencionadas dentro das corporações. O fato é que essas pessoas serão investigadas, serão punidas, e a gente pede que efetivamente a população denuncie o que se passou, se eventualmente elas foram vitimadas de alguma forma, para que as corregedorias das instituições possam agir”, declarou.

Guerra não chegou ao fim, diz subchefe da Polícia Civil
O subchefe da Polícia Civil voltou a dizer que a apesar das queixas dos moradores, a ocupação é considerada um sucesso pela população e pelas autoridades. Ele ressaltou que ainda é cedo para considerar que a guerra com o tráfico de drogas tenha chegado ao fim.

“ Ainda há muito o que se ser feito, nós não temos a pretensão de que a guerra está ganha, muito pelo contrário, o que se conseguiu foi apenas um domínio de território. E a partir de agora, teremos sim um trabalho de paciência, trabalho orquestrado e organizado. A gente começa enfim a colocar em andamento no território deles as investigações que estavam sendo produzidas. O resultado desse trabalho são essas quantidades enormes de drogas e armas, esse volume monumental de coisas apreendidas”, concluiu.

Moradores reclamam de traumas
Alguns moradores contaram estar "traumatizados" com a ocupação. David Amen, 29 anos, nascido e criado no Morro do Alemão, uma das comunidades do conjunto, também está preocupado.

“Uma operação como essa, mesmo tendo evitado mortes, provoca um impacto muito grande na comunidade. Estamos aflitos. Minha filha, de 7 anos, ainda está em estado de choque depois de ouvir tantos tiros e ver esses comboios, inclusive com blindados militares, passando na nossa porta. Esse clima de guerra fez com que ela tivesse uma crise de bronquite asmática. E, agora, só dorme agarrada com a mãe e, mesmo assim, acorda toda hora, chorando"

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