quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ATAQUE.

Após bombardeio a ilha, Coreia do Norte diz que está à beira da guerra

Anúncio ocorre após EUA e Coreia do Sul anunciarem manobra militar.
Corpos de dois civis foram encontrados em ilha sul-coreama bombardeada.

Do G1, com agências internacionais *
A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira (24), através da agência estatal de notícias KCNA, que a tensão com a vizinha Coreia do Sul, depois do ataque a uma ilha que provocou quatro mortes de sul-coreanos, leva o país a uma situação que beira a guerra.

No comunicado, Pyongyang afirma que Seul está atrapalhando o processo de melhorar a relação entre os países.

O anúncio ocorre após a informação de que Estados Unidos e Coreia do Sul definiram, também nesta quarta, a realização, no domingo (28), de manobras militares em resposta ao ataque norte-coreano à ilha de Yeonpyeong.

Os países chegaram ao acordo após uma conversa por telefone entre os presidentes Barack Obama e Lee Myung-bak, informou a agência local "Yonhap".
Manifestante pisa sobre imagem do líder norte-coreano Kim Jong-il, em manifestação frente ao prédio do Ministério da Defesa, em Seul, na Coreia do Sul, em protesto pelo ataque norte-coreano ao território sul-coreano.
Manifestante pisa sobre imagem do líder norte-coreano Kim Jong-il, em manifestação frente ao prédio do Ministério da Defesa, em Seul, na Coreia do Sul, em protesto pelo ataque norte-coreano ao território sul-coreano. (Foto: Wally Santana / AP Photo)
As manobras serão realizadas durante quatro dias no Mar Amarelo e contarão com a participação do porta-aviões nuclear americano "George Washington", segundo autoridades sul-coreanas.
Na conversa telefônica, Obama transmitiu a Lee sua contundente condenação ao ataque norte-coreano.
Os militares americanos em Seul disseram que as manobras já foram informadas à China, que no passado criticou os exercícios militares de EUA e Coreia do Sul nesta tensa zona marítima, próxima à costa chinesa.
As forças americanas também planejam enviar pelo menos quatro navios de guerra para as operações militares, que segundo o Ministério de Defesa sul-coreano são de caráter "dissuasivo" e defensivo frente a Coreia do Norte.

Corpos
Corpos de dois civis foram encontrados nesta quarta-feira na ilha sul-coreana bombardeada na terça (23) pela artilharia da Coreia do Norte, informou a Guarda Costeira. Os cadáveres estavam sob os escombros de casas destruídas pelo bombardeio. As duas vítimas tinham por volta de 60 anos.

O ataque também matou dois soldados e deixou 18 feridos, sendo 15 militares e três civis.

Quase 80 peças de artilharia disparadas pelo Exército da Coreia do Norte caíram na ilha de Yeonpyeong, situada no Mar Amarelo, em uma zona disputada pelas duas Coreias, segundo o ministério da Defesa. No total, 170 projéteis foram disparados pelas baterias norte-coreanas.

A Coreia do Sul vai deslocar novas baterias de artilharia na ilha bombardeada, anunciou o ministro da Defesa, Kim Tae-Young.

"Temos baterias de artilharia K9 instaladas na ilha de Yeonpyeong e prevemos instalar outras", declarou o ministro na comissão de Defesa do Parlamento. "Também vamos substituir a artilharia de 105 mm por baterias de maior alcance."

Ajuda suspensa
Seul suspendeu a ajuda prometida à Coreia do Norte após as inundações do verão devido ao ataque norte-coreano,  informou nesta quarta o ministério da Unificação.

Em agosto passado, a Cruz Vermelha sul-coreana propôs à Coreia do Norte uma importante ajuda em alimentos, após grandes inundações no país, apesar da tensão entre os dois lados.

Em outubro, os norte-coreanos pediram a Seul uma ajuda de 500 mil toneladas de arroz e 300 mil toneladas de fertilizantes, em troca de concessões no programa de reunião das famílias separadas pela guerra.

Até 2008, a Coreia do Sul entregava 400 mil toneladas de arroz e 300 mil toneladas de fertilizantes por ano ao vizinho do norte, mas com a chegada dos conservadores ao poder, a ajuda foi interrompida para pressionar Pyongyang a se comprometer com o desarmamento nuclear.

Japão
O presidente sul-coreano também manteve nesta quarta-feira uma conversa telefônica com o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, com quem reforçou o compromisso de seguir trabalhando para alcançar a estabilidade na península coreana, informou a agência local "Kyodo".

Kan manifestou que a comunidade internacional deve solicitar à China, principal aliado da Coreia do Norte, que contribua para diminuir a tensão na península coreana, antes de classificar o ataque de "intolerável", fruto de uma "barbárie".

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