quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CASO ELIZA SAMÚDIO.

Goleiro Bruno chora ao falar do amigo Macarrão

O jogador também pediu à juíza autorização para ver o filho de Eliza Samudio

Do R7, com Rede Record
 
Eugênio Moraes/Hoje em Dia
O goleiro Bruno Fernandes chorou na manhã desta quinta-feira (11) ao falar do amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Desde as 10h20, o atleta é interrogado pela juíza Marixa Fabiane Lopes no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O jogador se emocionou quando a magistrada perguntou há quanto tempo ele conhece o amigo.
 
Durante o interrogatório, Bruno também admitiu que pode ser o pai do filho de Eliza Samudio e pediu autorização à juíza para ver a criança. Marixa autorizou, mas ainda é preciso consultar a mãe da jovem que, atualmente, tem a guarda do menino. O advogado de Sônia de Fátima Moura disse que é possível que ela permita.

Também durante o depoimento, o jogador disse que Eliza pediu R$ 50 mil a ele e decidiu ir a Minas Gerais para receber a quantia. Bruno contou que soube do pedido de dinheiro quando estava na concentração no hotel Windsor e que, na ocasião, ele disse que não teria toda a quantia, apenas uma parte (R$ 30 mil). Ele prometeu depositar o dinheiro na conta da jovem, mas ela preferiu ir até Minas Gerais com Macarrão para receber o cheque.
Aconselhado por seu advogado, Ércio Quaresma, Bruno só responde a perguntas da juíza. Os questionamentos do Ministério Público e dos defensores de outros réus não serão respondidos.
 
Agressão
O goleiro também contou à juíza como Eliza foi agredida na viagem do Rio de Janeiro a Minas. Segundo Bruno, a jovem estaria o insultando no trajeto, e o primo dele menor de idade irritou-se e deu um soco no nariz dela. O jogador contou que soube que Macarrão teve de parar o carro para apartar a briga dos dois. Bruno não mencionou a coronhada na cabeça.

Quanto ao depoimento do menor de idade, que foi quem revelou toda a trama para matar Eliza Samudio, o goleiro disse que não sabe o porquê de ele ter inventado a história. Segundo o jogador, o garoto tem "distúrbio, uns brancos", mas é uma boa pessoa.  Bruno também afirmou que não respondeu aos policiais quando foi interrogado porque eles queriam que ele confirmasse a história do menor.

O jogador também elogiou muito o amigo Macarrão. Segundo Bruno, só depois que o amigo começou a tomar conta de suas finanças que a vida dele começou "a andar". Por outro lado, o goleiro disse estar muito decepcionado com primo Sérgio Rosa Sales, com quem morou.

- Eu ajudava ele [Sérgio], mesmo sem trabalhar para mim. Ajudei muito e perdi a confiança. Ele saiu da minha casa e não quis mais estudar, perdeu boas oportunidades". 
Além de Bruno, deve ser ouvido nesta quinta Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Faltam também os interrogatórios do policial civil Marco Aparecido dos Santos, o Bola, e da ex-amante do goleiro Fernanda Gomes de Castro.

Antes de começar a audiência, o advogado do atleta, Ércio Quaresma, solicitou à juíza que ele tivesse 30 minutos para conversar com seu cliente. Logo no início da sessão, a juíza leu o pedido da defesa de Macarrão para o afastamento dela do caso. O defensor alegou que Marixa já teria tomado partido pela condenação dos acusados. A solicitação foi negada. O advogado de Macarrão já afirmou que seu cliente deve ficar calado.

Na quarta-feira (10), o  depoimento de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno e um dos acusados de envolvimento na morte de Eliza Samudio, durou cerca de sete horas. Durante seu interrogatório, Sales disse à Justiça que Eliza Samudio não ficou em cárcere privado no sítio do goleiro em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Diferentemente de declaração anterior, o réu também afirma agora que a ex-amante de Bruno não chegou machucada ao sítio.
 
As declarações desta quarta contradizem o que Sales contou à polícia em depoimentos anteriores, quando relatou que a jovem fora mantida trancada dentro de um quarto e que estava ferida na cabeça.

Para a juíza, o réu disse que foi pressionado pela polícia e agredido pelo delegado Júlio Wilke para mentir. Ele contou que parte da história que relatou anteriormente foi fruto de sua própria imaginação. Em outro depoimento, Sales disse que havia sido torturado pelo delegado Edson Moreira. A Polícia Civil de Minas Gerais nega as agressões e afirma que Sérgio Rosa Sales estava acompanhado de um defensor durante as oitivas.

O acusado confirmou parte do segundo depoimento, no qual disse que Bruno não entrou na EcoSport com o amigo Macarrão e o menor de idade no dia em que supostamente Eliza foi assassinada. Segundo Sales, o goleiro ficou no sítio e não foi com Eliza até a casa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

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