quinta-feira, 18 de novembro de 2010

HAITI.

Vídeo mostra agonia de haitianos castigados pela epidemia de cólera

Médicos Sem Fronteiras veem doença, que já matou 1.100 pessoas, se espalhar

Do R7

Thony Belizaire/10.11.2010/AFPThony Belizaire/10.11.2010/AFP
Haitianos recebem tratamento em hospital do MSF perto da capital Porto Príncipe; epidemia já matou 1.100 pessoas
Se antes o alvo da ajuda humanitária eram as vítimas do terremoto que devastou o Haiti em 12 de janeiro, agora quem agoniza no país são os contaminados pela epidemia de cólera. A doença já matou 1.100 pessoas, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Ministério da Saúde local.

Um vídeo cedido com exclusividade ao R7 pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) mostra o atendimento no hospital de Choscal na favela Cité Soleil, em Porto Príncipe, onde se localiza o principal ponto de manifestação da doença.

Sem descanso, os integrantes do MSF já atenderam mais de 12 mil pessoas com sintomas da doença desde que a epidemia começou, em outubro passado. Apesar dos esforços, a organização não acredita que a propagação da bactéria será contida em curto prazo.

Dados do governo dão conta de que 18.382 pessoas já foram internadas no país desde que a epidemia começou, no mês passado.

Ao lado de mil funcionários haitianos, eles mantêm mais de mil leitos para internação em todo o país. O número é pequeno perto da previsão da ONU (Organização das Nações Unidas), que calcula que até 200 mil haitianos podem contrair a doença no país de 10 milhões de habitantes.

O vídeo do MSF, publicado abaixo, contém imagens fortes, que dão ideia do drama vivido pelos habitantes desse país, que é o mais pobre das Americas.


De acordo com as autoridades haitianas, o número oficial de mortes passa de 1.100 e os hospitais estão acima de sua capacidade.

A situação na capital é especialmente complicada, pois os poucos espaços disponíveis, não danificados pelo terremoto de janeiro, estão ocupados com abrigos para os desalojados. A equipe do MSF tem que tomar atitudes drásticas para atender à população, como conta o médico Javid Abdelmoneim.

- Com a permissão do diretor do hospital, nós montamos uma tenda no estacionamento para o tratamento do cólera. Esse era o último espaço disponível do hospital que está isolado do resto da unidade.

Haitianos se revoltam e protestam contra epidemia

Além das mortes por cólera, uma pessoa morreu e 25 ficaram feridas na última segunda-feira (15) durante manifestações contra a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, a qual grupos acusam de causar a epidemia no país.

Entre os haitianos, há a suspeita de que a doença foi disseminada por soldados nepaleses, que fazem parte das Minustah. Já a missão de paz acredita que a violência teve motivação política por causa da aproximação das eleições presidenciais, no próximo dia 28.

Testes de laboratório já apontaram que o tipo de vírus veio da Ásia, mas ainda não existe outra conclusão mais detalhada sobre sua origem.

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