quinta-feira, 18 de novembro de 2010

HAITI.

Soldados brasileiros entram em confronto com haitianos

População se revolta contra militares da missão de paz da ONU, chefiada pelo Brasil
Do R7, com agências internacionais

Emilio Morenatti/18.11.2010/APEmilio Morenatti/18.11.2010/AP
Soldado de paz brasileiro, da missão da ONU, cai em meio a manifestantes em Porto Príncipe
Centenas de jovens haitianos ocuparam o centro de Porto Príncipe nesta quinta-feira (18), onde atacaram soldados brasileiros da força de paz da ONU e levantaram barricadas para protestar contra a epidemia de cólera.

Os manifestantes cercaram e atiraram pedras em um caminhão com soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, que tentaram afastar a multidão apontando suas armas, sem sucesso.

Durante o confronto, um soldado brasileiro caiu e foi atingido por várias pedras, mas conseguiu se levantar e embarcou no caminhão, que escapou levando os militares.

Os jovens bloquearam com caçambas de lixo as ruas próximas ao Palácio Presidencial, surpreendendo o pequeno contingente que patrulhava a zona.

Reunidos na praça do Campo de Marte, os manifestantes gritavam slogans em creole tais como "A Minustah nos trouxe a cólera". Um cartaz em creole também indicava "A Minustah joga excrementos na rua". Os jovens tentavam chegar até a sede da missão da ONU.

O haitiano Ladiou Novembre, um professor do ensino médio, fez várias críticas à missão de paz.
- Estamos contra o poder e contra a Minustah, que não fazem nada. A Minustah deveria pacificar o país e hoje estamos em situação pior. A Minustah mata haitianos.



Revolta nos campos de refugiados foi contida

Nos campos de refugiados da capital, onde milhares de pessoas vivem em barracas, jovens também enfrentaram as tropas da ONU lançando pedras, e foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo.

No início da semana, confrontos entre manifestantes e capacetes azuis deixaram dois mortos e 14 feridos em Cap-Haitien, além de seis soldados da ONU feridos em Hinche.

A epidemia de cólera já causou mais de 1.100 mortos no Haiti desde outubro, e a situação deve se agravar em um país onde milhões de pessoas vivem em campos de refugiados desde o terremoto de 12 de janeiro, em condições higiênicas precárias.

A ONU suspendeu hoje as operações de ajuda no norte do país devido aos violentos protestos. Parte da população responsabiliza as tropas do Nepal de ter começado a epidemia de cólera.

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