segunda-feira, 22 de novembro de 2010

POBRE BRASIL VERMELHO.

PRF confirma dois carros roubados em arrastão na Dutra

Outros dois carros foram incendiados na rodovia; ninguém ficou ferido.
Esse foi o segundo arrastão registrado na rodovia em menos de 24 horas.

Rodrigo Vianna Do G1 RJ
 
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou, na noite desta segunda-feira (22), que dois carros foram roubados e outros dois incendiados durante um arrastão na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna, no subúrbio do Rio de Janeiro. Segundo a PRF, criminosos armados renderam os motoristas por volta das 22h, na pista sentido Centro. Ainda não há informações sobre feridos.

Por causa do ataque, motoristas que seguiram em direção à Rodovia Presidente Dutra, por volta das 23h, encontraram cerca de 1 km de congestionamento. Além da PM, o Corpo de Bombeiros também  foi acionado para o local. De acordo com a Nova Dutra, concessionária que administra a via, o fogo já foi controlado, mas os dois carros permanecem no local.

Ainda segundo a PRF, a pista foi liberada no início da madrugada desta terça-feira. O trânsito já voltou ao normal. Os dois veículos incendiados passaram por perícia no local. Assustadas, duas vítimas fugiram em direção à mata. Elas foram encontradas pelos agentes em seguida, sem ferimentos. O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna). A polícia ainda investiga os crime.

Esse foi o segundo arrastão registrado na Rodovia Presidente Dutra em menos de 24 horas. No domingo (21), segundo a polícia, três homens armados com fuzis atacaram motoristas na pista sentido São Paulo, altura do Km 163. Eles roubaram um Prisma e um Kia. Policiais militares que passavam pelo local trocaram tiros com os criminosos. Um motorista ficou ferido.

No Estácio, no Centro da cidade, a Polícia Militar informou que um carro também foi incendiado na noite desta segunda-feira, na Rua Zamenhofe. De acordo com o 1º BPM (Estácio), o fogo teria sido ateado por criminosos, que fugiram. Perto do veículo foi encontrado um galão de combustível. Ainda não há informações de feridos. A polícia ainda investiga o caso.

O ataque aconteceu no mesmo dia em que as autoridades anunciaram medidas para reprimir as ações de criminosos no estado. No total, segundo a polícia, oito carros foram incendiados por criminosos entre domingo (21) e esta segunda-feira. Pela primeira vez, as autoridades admitiram que pode se tratar de uma ação combinada pelos criminosos.

Cabine metralhada no subúrbio

 
Em outra ação, uma cabine da Polícia Militar foi atacada na noite desta segunda, na Avenida Dom Hélder Câmara, na altura de Del Castilho, no subúrbio da cidade. Segundo as primeiras informações da Polícia Militar, o crime aconteceu perto de um shopping e de um dos acessos à Linha Amarela. Ninguém ficou ferido.

Segundo a polícia, um grupo de homens armados num carro passou pela via em alta velocidade e efetuou vários disparos contra a cabine. Um dos tiros teria atravessado o vidro de proteção, no entanto, segundo a PM, nenhum policial que estava de plantão foi atingido. Houve tumulto. Alguns motoristas que passavam pela região tentaram voltar de marcha a ré.

Logo após o ataque, dois carros pretos passaram pela via expressa na contramão. Policiais da Coordenadoria de Vias Especiais (CVE) reforçaram o policiamento na Linha Amarela e nas vias próximas. A Polícia Militar informou que policiais estão nas ruas à procura dos suspeitos no crime. De acordo com a PM, até as 23h10 desta segunda-feira, ninguém tinha sido preso.

Pela manhã, uma outra cabine da Polícia Militar foi atingida por um tiro disparado por criminosos, na Rua Monsenhor Félix, em Irajá, no subúrbio. A Polícia Militar ainda não tem informações sobre quem seria o autor do disparo.

Patrulhamento reforçadoA Polícia Militar afirmou que vai reforçar o patrulhamento a partir da noite de segunda. Isso significa, segundo a PM, aumentar o número de ações nas ruas, como blitz. A PM anunciou, ainda, que vai contar com o apoio do Batalhão de Choque (BPChoque) para fazer a segurança das vias expressas, principalmente próximo aos locais onde ocorreram os últimos ataques.
O comandante geral da Polícia Militar do Rio, coronel Mario Sérgio Duarte, disse que vai antecipar o esquema de policiamento do fim de ano. Segundo ele, folgas serão reduzidas para aumentar o efetivo, PMs que fazem trabalhos internos passarão a atuar nas ruas e sete mil novos policiais serão contratados até o fim do ano de 2011.

Até o fim de dezembro, de acordo com a polícia, mais 250 motocicletas vão circular pela cidade. Nesta segunda-feira, 140 veículos foram distribuídos para os batalhões: “Irão intensificar o policiamento nestas áreas que estão sendo alvo desses criminosos”, disse o coronel Mário Sérgio.

Os primeiros ataques começaram há quase dois meses. No início, as autoridades chegaram a negar a possibilidade dos crimes para não amedrontar a população. Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no fim de setembro, foram três carros roubados e um homem feito refém.

Diante dos ataques, a PM passou a usar, desde o dia 8 de setembro, um helicóptero para ajudar no patrulhamento. Além disso, 19 batalhões tiveram mudanças de comandante. Ainda em setembro, um ataque acabou com um motorista baleado. Mais uma vez foi anunciado reforço no policiamento.

Beltrame atribui série de arrastões a facção criminosaO secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que um “pequeno grupo de uma facção criminosa” seria o responsável pela série de arrastões: “Nós não vamos nos desviar deste tipo de conduta. Se não formos em frente com esse projeto, o Rio está sujeito a não conseguir resultados melhores na Segurança Pública”, afirmou.
Segundo ele, as ações criminosas dos últimos dias seriam represálias à ocupação de 13 comunidades pelas Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs. Mais cedo, o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, e o governado do Rio, Sérgio Cabral, já tinham dito que os ataques estariam sendo orquestrados por uma facção criminosa em represália às UPPs.

Beltrame disse também que a transferência de presos ligados ao tráfico de drogas de prisões no Rio de Janeiro para presídios federais também pode ser uma das causas dos incidentes registrados nos últimos dias.

O secretário descartou um pedido de ajuda ao governo federal para conter a onda de crimes do último fim de semana. No entanto, ele disse não ter garantias de que os arrastões possam ser evitados no futuro. Ele explica que a ocupação de territórios do tráfico é um processo demorado, outros grupos criminosos poderão se sentir prejudicados e reagir:

“Garantir isso de certa forma é um blefe. Não há como garantir que não vai ter incidente em uma cidade de 12 milhões de pessoas, onde historicamente o tráfico se instalou”, disse, que completou dizendo que nos últimos 2 anos 13 comunidades já foram ocupadas pela polícia pacificadora. A meta é que 40 conjuntos de favelas sejam ocupados por forças policiais até 2014.

Hipóteses da Polícia Militar

Para o comandante Mario Sérgio, os ataques estariam sendo orquestrados por uma facção criminosa em represália às Unidades Pacificadoras de Polícia, a transferência de alguns presos para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Catanduvas e para causar pânico na população. Ele afirmou que os ataques que aconteceram nesta segunda, foram uma represália a ação realizada pelo 41º BPM na cracolândia, onde muitos usuários de crack foram detidos.

O Relações Públicas da Polícia MIlitar, coronel Lima Castro, negou que haja suspeita de que os ataques em diferentes partes do Rio tenham sido orquestrados por uma mesma quadrilha. “Já temos uma suspeita sobre um grupo que estaria novamente agindo na Zona Sul. Todos os dados estão sendo analisado pela área de inteligência para que a gente possa colocar essas pessoas atrás das grades”, disse.

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