segunda-feira, 18 de abril de 2011

ONDE NOS VAMOS CHEGAR - MORTE POR CAUSA DE MOEDAS.

Briga após casamento começou por furto de moedas, diz genro de vítima

Mulher de 56 anos morreu após ser atropelada por noivo de uma das festas.
Suspeito foi preso em Santo André, no ABC.

Juliana Cardilli Do G1 SP
Rosa e o marido, Nilson, em foto da família (Foto: Arquivo Pessoal)
Rosa e o marido, Nilson, em foto da família (Foto:Arquivo Pessoal)
 
A briga que resultou na morte da aposentada Rosa Maria Leite Alves, de 56 anos, após uma festa de casamento em Santo André, no ABC, começou após o furto de moedas de dentro de alguns carros de convidados da festa, segundo um familiar da vítima. Duas cerimônias eram realizadas no bufê. Rosa estava em uma das festas, de sua sobrinha. O noivo da outra festa, de 29 anos, é o principal suspeito de ter matado a mulher. Ele foi preso por homicídio doloso e lesão corporal.

A confusão começou quando o filho da vítima, Leonardo Alves, foi questionar os funcionários do serviço de estacionamento sobre o sumiço de moedas que estavam em seu carro. “Eu saí uma meia hora antes e notei que estava faltando dinheiro, uns R$ 8 em moedas. Eles limparam tudo. Como meu cunhado tem GPS, liguei para ele para alertar [sobre o risco de furto do equipamento]. Ele sentiu falta de dinheiro também, e foi questionar. Foi quando ele foi abordado pelo outro noivo”, contou o comerciante Romeu Nascimento dos Santos, de 41 anos, genro de Rosa e cunhado de Leonardo.

Leonardo tentou voltar para o carro e ir embora, mas foi agarrado e agredido por uma cabeçada, socos e pontapés. Segundo testemunhas, as agressões foram feitas também por outras pessoas, que ajudaram o noivo da outra festa. Rosa tentou ajudá-lo, mas também foi agredida, assim como seu marido, Nilson, e a namorada de Leonardo, além de outros dois convidados da festa.

“Jogaram minha irmã atrás do carro. O cara, não satisfeito, entrou no carro do meu sobrinho, deu marcha a ré duas vezes e prendeu minha irmã no outro veículo. Ele ainda deu uma volta com o carro, depois parou próximo, desceu e chutou minha irmã. Aí a noiva dele, que estava em outro carro, pegou o volante e foi para casa com ele”, contou José Barbosa, irmão da vítima.

Horas depois do crime, policiais foram até a casa do agressor e o encontraram dormindo. Ele foi preso e disse na delegacia que não se lembrava de nada. Entretanto, foi reconhecido por três testemunhas.

Tragédia
Sobrinha de Rosa, a administradora Ana Paula Moraes Giusti, de 28 anos, e seu marido, o analista de sistemas Rafael Vinícius Giusti, de 31 anos, estavam se despedindo dos últimos convidados de sua festa de casamento quando soube da confusão. “O Leonardo e o tio dela entraram, em momentos diferentes, com o rosto todo vermelho, sangrando, o tio com o olho bastante machucado. Ela me segurou para não sair”, contou Giusti. “Eles já informaram que ela [Rosa] estava machucada, ela começou a ser reavivada pela minha sobrinha, que é enfermeira, até que a ambulância chegasse”, disse Ana Paula.
Ana Paula e o marido, Rafael; vítima estava na festa de casamento deles  (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Ana Paula e o marido, Rafael; vítima estava na festa de casamento deles (Foto: Juliana Cardilli/G1)
 
Os dois preferiram ficar do lado de dentro do salão, e foram recebendo notícias do lado de fora. “A gente não sabia se já tinha acabado, se ainda estava tendo briga, e já tinham chamado a polícia. A gente aguardou para ter uma ordem nisso tudo, estava tudo muito confuso. A namorada do meu primo Leonardo também foi agredida. Duas mulheres, então, foram agredidas, tamanha a covardia. Não tem explicação, é uma brutalidade”, contou a administradora.

Ela acredita que o noivo da outra festa possa ter se incomodado com uma possível discussão entre seu primo e os funcionários do estacionamento. “Talvez ele tenha se sentido ofendido, porque isso aconteceu na frente do lugar onde estava tendo o casamento dele. E aí ele partiu para agressão e houve toda essa brutalidade. Mas nada justifica.”

Apesar de ter tido que cancelar a lua-de-mel – eles viajariam no domingo (17) para Buenos Aires – o casal ficou com lembranças boas do casamento. “São dois momentos muito opostos e muito separados. O casamento ocorreu tudo bem, foi tudo perfeito. Já tinha acabado o casamento. A minha tia também estava muito feliz, desejou toda felicidade para a gente, ela se divertiu muito, isso foi uma coisa boa que ficou. Ela teve momentos de alegria. Foi uma infeliz coincidência de ter sido após o casamento”, contou Ana Paula.

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